Todas as vezes que minha mãe escutava alguma história que a
deixava indignada, ela dizia: "tudo isso é falta de amor!". Eu não
levava muito a sério esse jeito dela de dizer isso e, para ser bem sincera, na
minha tenra idade achava um exagero ela falar isso toda vez que sabia que um
casal ia se separar ou acontecia uma briga entre as pessoas, ou mesmo se ela
tomasse conhecimento de alguma maldade ou lesse alguma notícia triste no
jornal.
Mas o tempo, aquele engenhoso senhor da razão, muitas vezes vem
confirmar ensinamentos que ouvíamos dentro de casa e nos faz ver que certas
coisas que ouvíamos e não dávamos crédito, na verdade eram verdadeiras lições
de filosofia e bom senso. Falar de amor é sempre difícil! Falar sobre a falta
dele talvez seja mais fácil, por essa razão acredito que minha mãe conseguia
identificar tão bem a ausência dele quando se deparava com determinadas
situações da vida e as justificava de forma tão ilustrativa para que
entendêssemos que deveríamos ter amor em nossos corações, amor a Deus, amor à
família, aos amigos e a todos os seres vivos que habitam este planeta!
Mas será que é isso que vemos na prática?
Será que praticar o amor é assim tão fácil quando no dia a dia nos
deparamos com inúmeras situações onde, na verdade, temos vontade de estrangular
algumas pessoas que literalmente testam nossa paciência? Esse tal exercício do
amor não é mesmo para amadores!
Nas minhas andanças por este mundo, tantas vezes vi a falta de
amor por aí... Mas tantas vezes também vi a abundância dele nas formas mais
inimagináveis que poderia imaginar! O amor se faz presente cotidianamente em
forma de caridade, de compreensão, de doação de tempo e atenção para alguém
necessitado... e histórias não faltam para comprovar que, no fim de tudo, é
mesmo o amor que faz o mundo girar, e é a falta dele que causa a grande maioria
das tragédias humanas.
O amor é realmente a razão de tudo! É o motivo pelo qual nos
levantamos cedo para dar sentido à nossa vida. Não buscamos apenas dinheiro
pelo dinheiro, mas sim reconhecimento, amor, utilidade, carinho e respeito! O
amor transcende fronteiras, aproxima os distantes, dá significado ao que antes
não tinha, justifica as maiores loucuras, as maiores invenções, os estudos, as
artes. O amor, indescritível e poderoso! Ele compreende tudo sem a necessidade
de explicações, é uma força poderosa da natureza humana, e sua ausência
transforma tudo em nada.
Em 1977, a banda inglesa "Supertramp" lançou uma música
chamada "Give me a little bit", que em tradução literal significa
"Dê-me apenas um pouquinho". Essa canção fala exatamente sobre o
amor! O amor altruísta que pede uma pequena doação de amor às pessoas, um
pouquinho do nosso tempo, e nos ensina a estar atentos às pessoas de olhos
solitários.
Sempre fui uma grande fã dessa banda e, por coincidência (ou
talvez porque alguém lá de cima me ama muito), acabei morando na cidade de
Swindon, onde nasceu e cresceu o vocalista e fundador do grupo, Richard Davies,
conhecido mundialmente como Rick Davies. Ele encantou o mundo com suas canções,
vendendo mais de 60 milhões de discos. Curiosamente, pouco se fala sobre Rick
Davies em sua própria cidade natal, apesar de sua vasta discografia, fama
internacional e paixão pela música. Isso me faz pensar que "santo de casa
não faz milagre"! Por isso, dedico este texto a ele, compartilhando um
pouquinho do meu (e talvez do seu) amor com esse cara que tocou o coração de
milhões de pessoas, incluindo o meu na infância.
O amor tem dessas coisas: às vezes, ele precisa sair de casa para
conquistar o mundo!
Confira a música e a letra no link:
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